Por mais que achemos que o Ayurveda está super difundido e super desenvolvido no Brasil, ainda temos um longo caminho de pesquisas e estudos para a aplicação adequada das práticas e rotinas do Ayurveda em solo brasileiro. E uma dessas áreas com vasto potencial, talvez a área com potencial mais amplo, é a fitoterapia.
Durante muito tempo para estudiosos e terapeutas do Ayurveda no Brasil, as ervas indianas ainda eram referência. Fazia-se o diagnóstico de pessoas por aqui e na maioria das vezes a base do chikitsa (tratamento) era feito com ervas indianas, tanto purvakarmas quanto o panchakarma, pois conhecia-se os gunas (qualidades) das ervas indianas apenas.
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Depois de anos de desenvolvimento do Ayurveda no Brasil, muitas ervas brasileiras foram estudadas e inseridas no contexto ayurvédico do nosso território com todas as suas características intrínsecas, e hoje já aplicamos tratamentos completos apenas com ervas brasileiras. Segundo o professor e médico Dr. Chowdhury Gullapalli, cerca de 80% das ervas indianas também estão presentes no solo brasileiro, como por exemplo: noz moscada, canela, hortelã, etc.
Fitoterapia Indiana: existem ervas indianas insubstituíveis?
Quando estudamos a fitoterapia indiana e a riqueza das propriedades de muitas ervas tradicionais, especialmente as consideradas sagradas em solo indiano, temos a impressão que são insubstituíveis. De fato, fitoterápicos como ashwagandha, shatavari, triphala, shilajit, entre outros, parecem não ter paralelos para o tratamento e reequilíbrio.
Mesmo que eles sejam excepcionais e tragam benefícios únicos, é provável que no decorrer dos estudos da fitoterapia brasileira encontremos muitas plantas e raízes que estejam à altura desses, em qualidade e propriedades. Como estamos ainda no início do estudo da fitoterapia aplicada ao Ayurveda no Brasil, ainda utilizamos esses fitoterápicos em larga escala, visto principalmente que estudos paralelos já demonstraram a proximidade das condições de fauna e flora dos territórios brasileiros e indianos.
Fitoterapia Brasileira: novo cenário, o mesmo Ayurveda
Não faltam tratados sobre fitoterapia no Brasil, mas o caminho para o tratamento ayurvédico é um pouco diferente: além do estudo das propriedades e características cientificamente definidas de cada planta, precisamos, no Ayurveda, analisar o rasa (sabor), virya (potência), vipaka (efeito pós-digestivo), além de todos os gunas dessas plantas. Além disso, estamos no início dos estudos sobre possíveis compostos e compatibilidades entre as ervas por aqui, para a criação de fitoterápicos que tenham propriedades únicas e realmente úteis nos tratamentos.
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Mas os estudos brasileiros estão avançando. Escolas e institutos no Brasil já oferecem cursos de fitoterapia ayurvédica baseados apenas em ervas brasileiras. O professor Dr Danilo Maciel Carneiro lançou uma resenha de mais de 100 ervas brasileiras em uma análise completa, no livro Essência da Saúde, um grande avanço e uma grande ajuda para terapeutas de todo o Brasil.
Em pouco tempo talvez estejamos completamente independentes das ervas indianas. Isso é especialmente importante numa ciência que preza pelas soluções e remédios oriundos do local de origem de cada indivíduo, e que nos aconselha a buscar soluções nas pequenas práticas de rotina que estejam ao nosso alcance.