Fitoterapia: abordagem no Ayurveda e nas Terapias Naturais

A fitoterapia é uma prática que há milênio faz parte da rotina de saúde do ser humano, bem antes de qualquer sistema médico ou terapêutico ter sido organizado na nossa civilização. O uso de plantas e o estudo de suas propriedades vem ajudando as pessoas a obterem cura para diversos males, além de manter no cotidiano uma vida saudável e equilibrada.

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Infelizmente no mundo moderno a prática da cura médica está quase que em sua totalidade associada a  medicamentos alopáticos, que se tornaram frios e impessoais. Com o crescimento desenfreado da indústria farmacêutica no último século, os remédios tratam a doença de forma individual e sem considerar o indivíduo que está precisando de cura, e sempre associadas à correção de apenas uma doença, ou para silenciar apenas um sintoma.

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Em práticas medicinais antigas como o Ayurveda, a pessoa responsável pela indicação de um remédio, chá ou dieta para um indivíduo, em qualquer nível social, deveria conhecer boa parte da vida e das práticas cotidianas daquela pessoa. Os hábitos e histórico de alimentação, por exemplo, somados ao estado emocional atual, podem ser a razão de uma mudança de prescrição severa, dentro da linguagem de cada universo terapêutico.

Ao mesmo tempo, uma planta, um chá ou um grão, podem ser utilizados como prevenção ou remédio para diversos problemas e desequilíbrios, o que permite que uma pessoa mantenha o seu estoque de remédios e alimentos naturais em casa, utilizando-os de forma consciente a medida que os sintomas aconteçam. Um cuidado pessoal consigo e com a família, que pode ser mantido de forma barata e constante em qualquer casa, com muito mais eficiência e muito menos gastos.

A realidade na maioria das casas de hoje, especialmente nos países do ocidente, é a manutenção de uma farmácia alopática com remédios específicos para cada problema e doença, e os indivíduos adquirem a prática de não se cuidar e não observar o seu corpo no cotidiano, confiando cegamente que, ao menos sinal de problema (dore de cabeça, azia, dores no corpo, por exemplo), haverá uma pílula sempre à mão, que a fará esquecer aquele sintoma e continuar o seu dia como se nada estivesse acontecendo.

O Ayurveda segue a mesma linha de prescrições que outras realidades terapêuticas, indicando e orientando ervas, chás e massalas (compostos de ervas) especialmente para um indivíduo e de acordo com as suas tendências a desequilíbrios. No Ayurveda, um diagnóstico inicial indica qual o dosha do paciente, diagnóstico esse que traz uma série de implicações, desafios, cuidados e benefícios.

Dessa forma, cada dosha individualmente receberá prescrições, que não são independentes, claro, dos atuais problemas e desequilíbrios instalados naquela pessoa momentaneamente (doenças crônicas, por exemplo). Ainda sim, cada pessoa possui uma constituição com diferentes quantidades visíveis de cada dosha, que atuam de forma especial e única em cada um.

Dessa forma, indivíduos com o mesmo dosha diagnosticado podem, ainda sim, receber indicações completamente diferentes. São considerados ainda para fins de tratamento informações como idade do paciente, estação atual do ano, entre outros fatores.

A utilização de ervas, plantas e raízes na terapia ayurvédica é ampla e cotidiana. Há diversas formas de utilizar o poder da fitoterapia para a prevenção e cura, e o terapeuta será o encarregado de indicar para seu paciente a melhor forma possível naquele momento.

A terapia aplicada poderá incluir leites vegetais ou ghee medicados com ervas, óleos vegetais medicados para massagens e outros fins, massalas digestivas para ajudar na absorção dos alimentos, além de uma variedade incrível de chás.