Dentro ou fora dos parâmetros do Ayurveda, devemos hoje ter cuidado ao falar de meditação. Estamos diante de uma prática milenar, praticada em inúmeras versões e ensinada por diversos mestres e professores ao longo da história da humanidade. Mas também uma prática atualmente cercada por mídia sensacionalista e publicações baratas. Sendo assim, tentaremos aqui simplificar e qualificar a prática da meditação, para ajudar na disseminação dos benefícios e na dissolução dos mitos.
EM QUE CONSISTE A MEDITAÇÃO?
controle da mente. Em suas diversas versões, ela é ensinada aos praticantes para que possam ter momentos de interiorização, autoconhecimento e tranquilidade.
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Mesmo que ela esteja ligada a uma pausa física (posturas estáticas ou lentas), a meditação não requer, na maioria das vezes, a ausência de pensamento ou reflexão. O que a meditação propõe apenas é que pensamentos e emoções sejam apaziguados, tranquilizados e aceitos,dentro do contexto da vida de cada indivíduo. Em algumas práticas tenta-se diminuir o fluxo dos pensamentos, em outras observar esse ponto de criação, e em outras apenas aceitar o turbilhão de ideias a que estamos submetidos.
A MEDITAÇÃO É UNIVERSAL
Com algumas características e objetivos em comum, as inúmeras formas de meditar utilizam ferramentas e recursos dos mais diversos. E a parte boa dessa história é que, se você não se adapta à meditação que lhe é apresentada no início, sempre há a possibilidade de buscar outra prática que seja mais adequada.
A base da meditação, na sua versão mais disseminada no ocidente, consiste na meditação respiratória, ou seja, a simples observação da sua respiração de forma consciente. Essa prática pode ser o começo para a maioria das pessoas, por ser simples e gradativa, aceitando todos os níveis de concentração. Há também práticas realizadas com a recitação ou canto de mantras, práticas ligadas ou não à religiões como o budismo e o hinduísmo. Há meditações analíticas e reflexivas, ao mesmo tempo que outras mantém o vazio e a vacuidade como objeto.
Ainda sim, temos meditações realizadas com músicas calmas, soar de gongos e instrumentos ancestrais, e meditações em movimento com caminhadas, no Yoga, ou em artes marciais, como o Tai Chi Chuan. Todas elas estabelecem um encontro entre a mente consciente e a observação corporal, diminuindo aos poucos o hiato criado no ocidente entre mente e corpo, denso e sutil, físico e emocional. A meditação é a união do indivíduo como um todo, e sua reconexão com todos e tudo ao seu redor.
A MEDITAÇÃO NO AYURVEDA
Intimamente ligada às práticas do Hinduísmo, a meditação no Ayurveda geralmente inclui práticas respiratórias do Yoga (pranayamas) e a recitação de mantras para os mais diversos fins. Porém, o Terapeuta Ayurvédico será encarregado de recomendar a prática mais indicada para cada indivíduo, dentro do panorama do desequilíbrio dos doshas e considerando ao máximo a dificuldade de cada biotipo.
Um bom e clássico exemplo a ser citado é da descompensação de vata, que leva a uma ansiedade excessiva e dificuldade de concentração, além de irritação quando o corpo se mantém estático. Para essas pessoas, meditar sentado pode não só ser difícil, mas torturante. Dessa forma, Yoga ou meditações em movimento podem ser mais indicadas, ou até mesmo meditações respiratórias com menos de três minutos. Mantras podem ser indicados também nesse e em outros casos, para aplacar o fluxo dos pensamentos, gerar motivação ou aceitação.
MEDITAÇÃO REQUER PRÁTICA
Por último, é importante deixar claro que a meditação é como ginástica ou musculação: deve-se praticar, tentar novamente, manter um plano de evolução e motivação. Ela não é algo feito para pessoas místicas, religiosas ou calmas. A meditação é a ferramenta que todos podem aprender para ter mais controle, mais paz e mais consciência. Começa-se com pouco sucesso, mas aos poucos e com um pouco de persistência ela se torna melhor e mais eficiente.